O Rio+20 também será palco das criações de moda brasileiras.
O projeto Talentos do Brasil, iniciativa do Ministério do Desenvolvimento Agrário, desfilará sua nova coleção, Flores,
que tem como referências as cores e diversidade de plantas das regiões
onde moram os artesãos participantes.
O evento começa às 20 horas hoje..., no Aterro do Flamengo.
Cerca de duas mil pessoas compõem o projeto, que existe desde 2005,
estimulando a geração de emprego e renda de grupos de artesãos rurais.
Atualmente, o portfolio do grupo conta com mais de 2 mil produtos.
Acompanhe o que cada um dos empreendimentos participantes preparou para o
evento, sendo que o público pode conferir essas criações no estande do
Ministério, na Praça da Sociobiodiversidade:
• Amazonas – Grupo Florestas: Fibra de juta, cipó
ambé e titica, sementes, sobras de madeira e de látex com um toque de
detalhes coloridos em chita. Com esse material, 39 artesãs de duas
comunidades às margens do Rio Madeira e outra da cidade de Manicoré, a
390 quilômetros de Manaus, fazem bolsas, chapéus e acessórios. Os homens
colhem o látex para produzir borracha e as mulheres aproveitam a sobra
em delicadas peças de artesanato.
• Bahia – Grupos Canção de Bordar e Cá e Lá: No
litoral norte baiano, 297 mulheres de Entre Rios e Mata de São João
produzem cestos, bolsas, tapetes e acessórios com trançados de piaçava.
Já do sertão vem o trabalho de artesãs de Santa Rita de Cássia, que
bordam poesias e cantigas de roda em fitas coloridas e com elas fazem
almofadas, cortinas, bolsas e echarpes.
• Maranhão – Grupo Linho dos Lençóis: As cerca de
250 mulheres de Barreirinhas e Tutóia, nos Lençóis Maranhenses, usam
material como fios da palha de buriti tratados e tingidos com urucum,
salsa, cebola e gengibre. Destaque para as técnicas como o crochê; o
ponto batido, em que o cofo (instrumento artesanal usado para preparar a
mandioca) serve para apoiar a linha e elaborar a tecelagem manual e o
macramê com ponto cascudo, nome derivado do desenho das espinhas do
peixe cascudo. As artesãs produzem colares, bolsas, chapéus e sandálias.
• Mato Grosso do Sul – Grupo Mulher Peixe: São 40
pescadoras e mulheres de pescadores que trabalham com pele e couro dos
peixes pacu e tilápia. Esse material é curtido, tingido e se transforma,
graças à habilidade das artesãs, dando origem a bolsas, carteiras,
colares, pulseiras e mantas. Diretamente dos rios do Centro-Oeste para
as mãos das consumidoras.
• Minas Gerais – Grupos Família Mineira e Linha do
Horizonte – Cara do Sertão: Os trabalhos manuais mineiros são dos
grupos Cara do Sertão (47 artesãs) e Linha do Horizonte, de Salinas,
Novorizonte e Barrinha, no Norte do Estado. Participa também o grupo
Família Mineira, com 22 mulheres de seis municípios do Triângulo Mineiro
que fazem bordados de linhas e pedras, crochê e trançado. O bagaço de
cana é usado em bijuterias.
• Pará – Grupo Tururi de Muaná: O tururi envolve e
protege os cachos de coco da palmeira amazônica conhecida como “buçu”.
Um material delicado trabalhado com paciência e precisão por 40 artesãs
da comunidade de Muaná, na Ilha de Marajó. Entrelaçar as fibras do
tururi é um momento importante nesse processo do “fazer”, que dá origem a
bolsas, chapéus, sacolas, presépios e bonecas.
• Paraíba – Grupo Dois Pontos e Copnatural:
Envolve 180 artesãs dos municípios de Alagoa Nova, Ingá, Riachão do
Bacamarte, Serra Redonda e Juarez Távora. Técnicas como labirinto, renda
renascença, algodão orgânico e bordado fazem parte da cultura ancestral
das mulheres desses municípios do Agreste da Paraíba, que hoje exercem
sua arte, tendo como suporte o linho, o tricoline, o crepe e o algodão. O
resultado é uma linha de moda praia com batas, vestidos, bonés e saídas
de praia leves e confortáveis.
• Pernambuco – Grupos Bordados Que Brotam e Renda
Renascença: A comunidade de Varjadas, na zona rural de Passira, produz
bordados delicados. Além disso, 30 artesãs de Pesqueira trabalham com
renda renascença, tradição vinda da Itália. Elas confeccionam vestuário,
conjuntos de cama, mesa e banho e acessórios.
• Piauí – Grupo Rendas e Bordados do Piauí: São 48
mulheres organizadas em dois grupos: Rendeiras do Delta do Parnaíba, na
região turística do Portal do Delta, que executam a delicada renda de
bilro; e o grupo do município Buritis dos Lopes, que faz o ponto de
cruz, herança tradicional da cultura portuguesa. Essas duas técnicas são
empregadas na execução de roupas femininas, peças de cama e acessórios.
É a renda gerando renda.
• Rio de Janeiro – Grupo Taboa de São Francisco:
As fibras trançadas da planta aquática chamada taboa aumentam a renda de
25 mulheres do grupo Taboa de São Francisco, do distrito de Barra do
Furado, município de Quissamã, no Norte Fluminense. Elas fazem pufes,
bolsas, cestos, colares e objetos utilitários.
• Rio Grande do Sul - Grupo Lã Pura: A lã de
ovelhas e carneiros da raça crioula é tingida, fiada e se transforma em
xales, mantas e echarpes. Já a crina de cavalo é trabalhada para ser
empregada na confecção de bijuterias e bolsas, uma proposta que une o
tradicional ao contemporâneo. Tudo isso é o resultado da criatividade do
grupo Lã Pura, formado por artesãs de dois municípios das regiões de
Fronteira do Oeste – São Borja e Uruguaiana.
• Tocantins – Grupo Babaçu Brasil: O grupo Babaçu
tem 90 artesãos de empreendimentos coletivos formais e informais de
Aguiarnópolis, Tocantinópolis, Nazaré, Luzinópolis, São Bento e
Araguatins, na região do Bico do Papagaio. Eles trabalham com a palha e,
também, com o coco da palmeira babaçu que, cortado, oferece múltiplas
possibilidades estéticas e utilitárias. São bolsas de pastilhas de
babaçu, jogos americanos, cestaria, saídas de praia, túnicas, esteiras
de palha e biojoias.
Assista o projeto Talentos do Brasil em desfile na edição de inverno 2012 do Minas Trend Preview com Use Fashion:
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